Eu e a Jaque nos conhecemos há mais de 20 anos, em um ambiente repleto de dificuldades e transformações. Éramos colegas em uma empresa de prestação de serviços, cada uma com sua área de atuação: ela no Rh raiz, eu no apoio operacional e financeiro. Juntas, enfrentávamos os desafios diários com sorrisos no rosto e determinação no coração.
No entanto, um dia, as portas daquela empresa se fecharam, nos separando em caminhos diferentes. Mas o destino tinha outros planos para nós. Mesmo com a distância que se impôs, nunca perdemos efetivamente o contato. Continuamos a nos apoiar, informando-nos sobre nossas vidas e torcendo uma pela outra, como verdadeiras parceiras.
O tempo passou, e assim como em um enredo cheio de reviravoltas, vivemos diversas experiências. Casamos, descasamos, nos especializamos e buscamos constantemente conhecimento. Além disso, tivemos a bênção de ter filhas encantadoras em nossas vidas, pois a Jaque já tinha um filho que se tornou um homem virtuoso e radiante.
Enfrentar a demanda da vida profissional e equilibrar a agenda de negócios com as tarefas maternas não era uma tarefa fácil. Mas foi nesse momento que o sonho brilhante da Jaque ganhou vida: a Regentte, uma agência que transcendia limitações. Ela enxergou que uma empresa poderia abranger diversas frentes de atuação. Para alcançar nossos objetivos, compreendemos que uma rede de apoio era essencial. Onde nossas habilidades não alcançassem, encontraríamos alguém capaz de suprir a demanda com a mesma responsabilidade e cuidado que nós mesmas teríamos.
Em meados de outubro de 2022, em uma conversa aparentemente casual, descobrimos que ainda tínhamos muitos pontos de convergência. Eu estava passando por um momento de recomeço profissional, cansada de empresas que se preocupavam apenas com dinheiro, sem gestão adequada e lideranças ineficientes, onde os valores e o cuidado com as pessoas eram negligenciados. Sentia que era hora de empreender novamente.
A Jaque estava finalizando um projeto e me convidou para acompanhá-la para que pudéssemos resgatar nossos alinhamentos. Decidimos assumir a finalização do projeto e dar início a novas empreitadas, se acreditássemos que era possível. Na semana seguinte, estávamos pegando a estrada juntas. Afinal, somos mulheres práticas e determinadas.
Foi uma mistura de felicidade e apreensão para ambas. Afinal, depois de tanto tempo, reencontrar-se e embarcar em novos projetos era uma jornada cheia de incertezas. Finalizar um projeto em andamento e compartilhar dias e noites, já que nem sempre era possível voltar para casa no mesmo dia, trouxe insegurança, mas era um passo fundamental para nosso crescimento.